domingo, 16 de dezembro de 2007

A privacidade foi pra onde?

Não sei onde o mundo vai parar com tanta tecnologia à disposição das pessoas. Outro dia estava no ônibus, sentadinha lá no fundo, quando a menina que estava do meu lado tirou uma pequena máquina fotográfica da bolsa e começou a fotografar as pessoas. Como a maioria estava de costas, ninguém viu o que o acontecia. Fiquei pensando o que ela faria com as imagens. Parece que ela leu meu pensamento e apressou-se em responder: "não pense mal de mim. Sou estudante de comunicação e estou fazendo um trabalho no qual preciso flagrar as pessoas em suas atividades corriqueiras".

Ok, pensei. E perguntei a ela: "será que as pessoas aqui querem ser flagradas andando de ônibus às 8h da noite, depois de um dia cheio?". A menina não teve resposta e eu desci no ponto seguinte.

Dias depois, entro no elevador do clube e lá tem três adolescentes filmando as pessoas que entravam e saíam do elevador com a filmadora do celular. Como a maquininha era discreta, ninguém mais percebeu o que acontecia. Quando ficamos sozinhos - eu e os garotos - no elevador, um deles deu um jeito de começar a me filmar. Brinquei que ia cobrar direito de imagem. O menino deu um risinho sarcástico e respondeu: "Vai nessa. E olha depois o vídeo no youtube".

Não tive coragem de procurar...

2 comentários:

Anônimo disse...

Na boa, deu vontade de dar uns tapas né? hehehe agora dá para sentir um pouco do incômodo que celebridade sente. Imagina.. vc com maior cara de prego, cansada e vem e te filmam, fotografam e ainda põe legendinha esculachando??hehehe Concordo que a coisa ta descambando mesmo...outro dia recebi a noticia de que ano que vem vou poder acompanhar as peripécias de minha filhota em sala de aula via internet...fiquei sem saber se isso é bom ou não..ainda tô digerindo a novidade. Mas confesso que vou chegar a conclusão de que melhor não ver...

Liene Maciel disse...

Eh, Danny, depois da experiência do elevador, não sei se gostaria de um big brother me filmando o tempo todo na escola ou no trabalho. Mas acredito que a Sofia já vai crescer dentro de um universo no qual o público e o privado se confundem muito e é capaz de ela ainda dar um tchauzinho para a mamãe na hora do lanche. Feliz da vida. Pelo menos até chegar na adolescência...