sábado, 6 de outubro de 2007

O futuro que nos espera

As gerações que hoje estão na faculdade serão nossos futuros médicos, dentistas, engenheiros, advogados, arquitetos, publicitários... Ou seja, pessoas que terão nas mãos a responsabilidade de salvar vidas, construir nossas casas, defender nossos direitos.

Costumo acompanhar de perto o processo de seleção para estagiários de jornalistas. Faço questão de participar de todas as etapas, vendo quem continua na disputa pela vaga e quem sai do processo e porquê. Da última vez que precisamos selecionar um, para a área de web da empresa, uma decepção. De mais de 100 currículos, 20 foram selecionados pelo software como aptos a cumprir as atividades que a vaga exigia. Dos 20, seis foram para a etapa seguinte, sendo que uma das candidatas chamou a atenção por uma série de motivos. Motivos bons, claro. Porque dos mesmos 20, cinco se destacaram por motivos ruins. Por isso, escolher seis contou com muita bondade do RH e de quem acompanhava o processo representando a comunicação (não era só eu). Das seis (todas mulheres, uma tendência que venho observando cada dia mais vívida), apenas uma foi para a entrevista final. Aquela mesma que se destacou na primeira etapa presencial. Até agora, parece que acertamos.

Mas o que mais me assusta ao acompanhar esses processos é o nível de despreparo dos canditados. Por exemplo, mesmo sabendo que iam trabalhar com o site da empresa, 90% não tinham sequer entrado no site para ver como era. Uma das atividades do processo de seleção era, munido de cartolina, cola, caneta e um monte de revistas, responder a algumas questões. Um dos estudantes, que dizia trabalhar também com design e gostar e ter experiência com convergência de mídias e blá, e blá e blá, apresentou um cartaz somente com as respostas por escrito, sem usar imagem ou qualquer outra coisa que a criatividade permitisse.

Se a geração de profissionais de outras áreas que está saindo da faculdade for semelhante à nova safra de jornalistas que está saindo do forno, tenho medo do futuro que aguarda minha velhice...

PS. Como toda regra tem excessão, acredito que sempre haverá uns 5% de bons profissionais. O difícil será encontrá-los. Ou pagar por eles.

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